Formação do Pensamento Político Brasileiro Francisco C. Weffort Capítulo 5: Século XVII Antônio Vieira: A Palavra e o Fogo ( RESUMO)


Padre Antônio Vieira foi um dos pesadores mais notáveis do século XVII, considerado por muitos críticos e historiadores como um maneirista, dono de um discurso engenhoso que não aparentava ter a pretensão de pregador.

Em seus sermões Vieira combinava as referências bíblicas as circunstâncias da conjuntura, sempre tentando demonstrar semelhanças proféticas entre o sentido da vida de homens e acontecimentos da bíblia. O capítulo aqui abordado foca no pensamento do padre em relação a questão indígena em tempo colonial, em alguns trechos é possível perceber que o padre justificava o sistema de dominadores e explorados através de um discurso religioso cristão.
“[...] no sermão do Rosário, em que ele diz que no sofrimento dos escravos estaria o caminho para a salvação, sempre que os negros venham a conhecer a religião: ‘Mas se entre todo esse ruído, as vozes que se ouvirem, forem as do Rosário, orando e meditando os mistérios dolorosos, todo esse inferno se converterá em paraíso; (...) e os homens, posto que pretos, em anjos.”

 Positivando assim a colonização, pois ela possibilitava a índios e negros o acesso ao cristianismo, portanto, à salvação.
Weffort explicita o caráter divergente do autor comparado ao seus contemporâneos, Vieira tinha uma relação de amizade com D. João IV e suas opiniões e cálculos políticos eram notáveis, impactantes e tinham influência, explicitando o caráter da política colonial; uma política atrelada a ideologia religiosa,ou seja, não havia somente a presença do cristianismo na colônia  e sim da Cristandade como ideologia política e religiosa. O pensamento divergente do  Padre Antonio Vieira  em relação a opinião dos povoadores colonos , sobre a escravização dos indígenas gerou conflitos entre grupos, interesses divergentes, por exemplo o conflito com os Bandeirantes citado no texto.
 
É importante destacar que o pensador não era um abolicionista a medida que era a favor do regime colonial e da escravização licita, ou seja, em certas circunstâncias, O pensamento de Vieira se assemelha assim a de Bartolomeu De Las Casas que era contra a escravização indígena mas ainda sim acreditava que os índios deviam de converter ao cristianismo só que voluntariamente. Vieira acreditava que:
“O batismo dos escravos e a salvação das almas cativas não se dissociava dos projetos de conquista de Portugal. Essa convicção se via, por toda parte, reforçada pelas circunstâncias da época.”

Deste modo Vieira era a favor do processo colonizador que só pode existir se houver escravizados portanto ele era contra determinado tipo de escravidão, a ilícita ( fora de razoes determinadas no contexto), entrando em confronto com muitos colonizadores que não queriam saber de restrição alguma para a escravização.
 Weffort explicita o caráter da Cristandade presente no pensamento de Vieira quando diz que:
“Está claro no Sermão da Epifania, ele defende a igualdade de raças. Mas qual igualdade? A igualdade dos cristãos: ‘entre cristão e cristão não há diferença de nobreza, nem diferença de cor. Não há diferença de nobreza porque todos são filhos de Deus, nem há diferença de cor.’ As etnias portanto são iguais quando cristãs. E por isso acrescenta: quando cristãs, são brancas.”

Não havia em Vieira uma vertente abolicionista ele já havia dito em relação a libertação dos negros de Palmares: “ seria a total destruição do Brasil” por isso é considerado um maneirista, pois apesar de divergir com pensamento de sua época não chega a ser radical a ele, pois ainda era a favor da escravização em determinadas circunstâncias. Porém na visão de Weffort os valores de Vieira assim como Nóbrega e outros jesuítas trouxeram a luz valores de justiça e igualdade a uma sociedad

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