Bourdieu - Ofício de Sociólogo
Bourdieu inicia esta obra fazendo uma crítica afirmando que o estudo da metodologia que não deve ser deixado apenas para os metodólogos e nem deve ser um estudo dissociado da prática de pesquisa nas quais os métodos são utilizados. o autor afirma que os metodólogos definem abstratamente como bom, um pesquisador que cumpri perfeitamente as normas metodológicas porém o autor adverte que a obediência incondicional as regras lógicas tende a produzir um efeito de fechamento prematuro.
O autor sugere que ultrapasse esses limites acadêmicos ao submeter a prática científica a uma reflexão, afirmando que somente o conhecimento metodológico não é suficiente para um trabalho fecundo (p.15) o autor sugere que no próprio decorrer da atividade científica através do contato incessante com o erro, é possivel obter um conhecimento mais verdadeiro. o objetivo da obra, afirma o autor é expor os princípios de uma prática profissional, fornecendo instrumentos indispensáveis ao tratamento do objeto sociológico e uma disposição para utilizá-los de forma adequada(p.12) objetivando também definir a função e as condições da aplicação de esquemas teóricos no decorrer da construção do objeto sociológico, associando a prática ao instrumento intelectual evita-se que o saber sociológico apareça como uma soma de técnicas ou como um capital de conceitos separáveis de sua utilização na pesquisa. A obra visa ensinar os atos mais práticos da pesquisa sociológica. o autor cita dois tipos de sociologia "degeneradas" que seria a sociologia espontânea aquela que é induzida ao erro a medida que vê o real como de fácil compreensão, um empirismo positivista que crê que só a observação já possibilita um entendimento do real, Bourdieu chama de ilusão da transparência, o autor afirma que não basta a observação, não basta a descrição é necessário a apreensão da lógica para que se possa compreender o que nos propomos a entender, seja o funcionamento de um grupo social ou qualquer outro objeto sociológico. o autor crítica também uma sociologia carregada de profetismo, o autor afirma que muitas vezes o sociólogo pode agir com complacência as expectativas escatológicas do público intelectual, assumindo muitas vezes problemas de pesquisas porque são reconhecidos como relevantes pelo público intelectual e deixando outros problemas e questões de lado pois não são considerados relevantes. (P.37)
O profetismo também se refere a busca incessante por uma explicação que muitas vezes afirma o autor se dá de uma forma qualquer porque apenas está já é melhor que a inexistência de uma. o autor sugere que devemos nos livrar do expressamente definido e do metodicamente deputado, sugerindo uma vigilância epistemológica que traz de volta uma reflexividade , um questionamento dos métodos e teorias em sua própria utilização (p.21) Bourdieu assim recusa uma ciência de um saber definitivo pois ele crê inspirado em Bachelard que a ciência só pode progredir colocando perpetuamente em questão os princípios de suas próprias construções.(p.39)
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