Resumo do livro: O paradigma perdido a natureza humana de Edgar Morin.
No livro de Edgar
Morin- O paradigma perdido a natureza humana, o autor mostra como a estrutura teórica
que nos baseamos para entender a realidade ( o atual paradigma moderno) nos levou a perda da
real natureza humana. A complexidade da natureza humana foi esquecida tanto pela Antropologia quanto pela Biologia, limitadas à suas próprias epistemologias etnocêntricas . Morin está preocupado com a epistemologia da antropologia e
sua relação com a biologia. Discussão pertinente para a questão interdisciplinaridade já que aborda a relação entre Antropologia (uma ciência social) e
a biologia (uma ciência natural)
A crítica feita é ao
Antropologismo e ao Biologismo é que estas abordam o homem apenas com uma perspectiva, distanciando-se assim da realidade complexa e multifacetada do homem.
Morin usa o termo Homem insular, ou seja, suas
conexões não eram abordadas, dentro do paradigma moderno científico. Para o autor o homem deve ser tomado como produto
de um sistema que o autor chama de esquema policêntrico, ou seja, vários
centros.
Não tomando o homem como ser somente biológico ou ser somente cultural, deve ser como um
sistema aberto, deve ser como uma península.
Afirma Morin:
“O que está hoje a
morrer não é a noção de homem, mas sim a noção insular de homem, separado da
natureza e da sua própria natureza; o que deve morrer é a autoidolatria do
homem, a maravilhar-se com a imagem pretensiosa da sua própria racionalidade.”
“A antropologia
fundamental deve rejeitar toda a definição que faça do homem uma entidade,
tanto supra-animal (a Vulgata antropológica) como estritamente animal (a nova
Vulgata pop-biológica); ela deve reconhecer o homem como ser vivo para o
distinguir dos outros vivos, deve ultrapassar a alternativa ontológica
natureza/cultura. Nem pambiologismo, nem panculturalismo, mas sim uma verdade
mais rica, que dê a biologia humana e à cultura humana um papel maior, visto
ser um papel recíproco de uma sobre a
outra.”
“Mas, se pretende
conceber em profundidade esse duplo papel, em vez de se limitar ao cavalgamento
entre duas disciplinas, se pretende uma teoria verdadeiramente
aberta, multidimensional e complexa, nesse caso precisamos de ir procurar os
fundamentos numa lógica da complexidade e da auto-organização, quer dizer, numa
neguentropologia. Esta procura, a que nos dedicamos há quatro anos, não passa da
tela de fundo da presente tentativa,e é
numa outra obra que vamos procurar formular os princípios de uma teoria dos
sistemas abertos auto-organizadores, em que possamos situar a complexidade e a
hipercomplexidade antropológicas.”
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